Article ID Journal Published Year Pages File Type
1126312 Revista Portuguesa de Cardiologia 2013 15 Pages PDF
Abstract

ResumoA cardiotoxicidade é um dos efeitos adversos mais significativos do tratamento oncológico, responsável por uma considerável morbimortalidade. Entre os eventos lesivos dos agentes/fármacos quimioterápicos no sistema cardiovascular, destaca-se, pela sua maior frequência e gravidade, a ocorrência de insuficiência cardíaca com disfunção ventricular sistólica. Outros efeitos tóxicos cardiovasculares incluem hipertensão arterial, doença tromboembólica, doenças pericárdicas, arritmias e isquemia miocárdica. Durante várias décadas, a cardiomiopatia induzida por terapêutica oncológica era quase exclusivamente associada ao uso de doses cumulativas de antraciclinas, que promovem lesões permanentes a nível celular. No entanto, o uso de novos agentes terapêuticos, como o anticorpo monoclonal trastuzumab, induz uma disfunção transitória reversível dos miócitos sem que haja relação com a dose utilizada. Atualmente, é essencial para os doentes com cancro a identificação precoce da lesão cardiovascular, o diagnóstico preciso de eventos cardiotóxicos e a implementação de planos de monitorização adequados. Neste contexto, é fulcral na prática clínica uma cooperação estreita entre cardiologistas e oncologistas, de forma a equilibrar os riscos cardiotóxicos com os benefícios da terapia antineoplásica em doentes oncológicos. Neste artigo revimos as diversas respostas cardiotóxicas ao uso de tratamentos oncológicos e a sua relação com os principais fármacos antineoplásicos usados na prática clínica. Além disso, serão abordadas as principais linhas de orientação no que respeita às estratégias de deteção/monitorização da cardiotoxicidade em indivíduos com cancro.

Cardiotoxicity is one of the most significant adverse effects of cancer treatment, and is responsible for considerable morbidity and mortality. Among the effects of chemotherapeutic agents on the cardiovascular system, the most frequent and serious is heart failure with ventricular systolic dysfunction. Other toxic effects include hypertension, thromboembolic disease, pericardial disease, arrhythmias and myocardial ischemia. For several decades, cancer therapy-induced cardiomyopathy was almost exclusively associated with the use of cumulative doses of anthracyclines, which cause permanent damage at the cellular level. However, new therapeutic agents, such as the monoclonal antibody trastuzumab, induce transient reversible myocyte dysfunction which is unrelated to the dose used. Early identification of potential cardiovascular injury, accurate diagnosis of cardiotoxic events and implementation of appropriate monitoring plans are essential in patients with cancer. Close cooperation between cardiologists and oncologists is thus crucial, in order to balance the risks and benefits of cardiotoxic anticancer therapy. In this article we review the various responses to cardiotoxic cancer treatments and their relationship with the main antineoplastic drugs used in clinical practice. In addition, we discuss the main guidelines on detection and monitoring of cardiotoxicity in patients with cancer.

Related Topics
Health Sciences Medicine and Dentistry Cardiology and Cardiovascular Medicine
Authors
, , , ,