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1126492 Revista Portuguesa de Cardiologia 2012 4 Pages PDF
Abstract

A 72-year-old man with severe lactose intolerance was admitted for non-ST-segment elevation myocardial infarction. The coronary angiogram revealed occlusion of the distal third of the first diagonal artery and several non-significant lesions. The pre-discharge echocardiogram revealed moderate left ventricular systolic dysfunction. Discharged on dual antiplatelet therapy, rosuvastatin, perindopril and carvedilol, he was repeatedly readmitted in the following days for abdominal pain/bloating, diarrhea and nausea despite avoiding food products containing lactose. To date, there has been no comprehensive study on the relationship between lactose intolerance and coronary disease, nor has its impact on therapeutics been appropriately addressed. Intolerance to lactose-containing prescription medicines is an extremely rare phenomenon and few strategies are available to overcome this condition, as it has received little attention from the scientific community. Commercial forms of the lactase enzyme and probiotics can limit symptom severity, but different routes of administration, different brands of the same medicine or completely different medicines may be necessary. Some measures were proposed to our patient and, soon afterwards, he was completely asymptomatic in both gastrointestinal and cardiovascular terms.

ResumoUm indivíduo de 72 anos, sexo masculino, com história de intolerância severa à lactose, foi admitido por enfarte agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST. A coronariografia revelou oclusão do terço distal da primeira artéria diagonal e múltiplas lesões não significativas, enquanto o ecocardiograma pré-alta revelou disfunção ventricular esquerda de grau moderado. O doente teve alta, medicado com dupla-antiagregação (ácido acetilsalicílico e clopidogrel), rosuvastatina, perindopril e carvedilol, porém foi repetidamente re-admitido nos dias seguintes por quadro de dor abdominal, flatulência, diarreia e náusea, apesar da evicção de produtos alimentares contendo lactose. Até este momento, a relação potencial entre a intolerância à lactose e a doença coronária não foi adequadamente avaliada, e nenhum estudo atentou no impacto daquela condição na qualidade e diversidade da terapêutica cardiovascular necessária em doentes com patologia cardíaca. A intolerância a medicamentos contendo lactose é um fenómeno extremamente raro, sendo também raras as estratégias para ultrapassar esta situação, tendo em conta a escassa atenção que este tema mereceu da comunidade internacional. Formas comerciais da enzima lactase e probióticos podem limitar a severidade dos sintomas, porém habitualmente formas diferentes de administração, diferentes formulações da mesma substância ou mesmo substâncias alternativas são necessárias. Algumas medidas foram propostas ao doente em causa e, uma semana depois, o mesmo apresentava-se completamente assintomático dos pontos de vista gastrointestinal e cardiovascular.

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