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7536067 Revista Portuguesa de Cardiologia 2018 4 Pages PDF
Abstract
Em mulheres com miocardiopatia hipertrófica, a gravidez aumenta as variações hemodinâmicas e as alterações da função autonómica cardíaca que podem provocar insuficiência cardíaca ou aumentar o risco de arritmia. Reportamos o acompanhamento clínico de duas pacientes com miocardiopatia hipertrófica não obstrutiva, ambas implantadas com cardioversor-desfibrilhador (CID). A monitoração com CID permite a análise contínua da frequência cardíaca, da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da arritmia durante toda a gravidez. As duas pacientes manifestaram aumentos da FC e diminuições da VFC desde o início da gravidez até ao parto. Observou-se um pico de frequência de extrassístoles ventriculares (EV) e de taquicardias ventriculares não sustentadas (TVNS) no segundo e terceiro trimestres da gestação, em correspondência da hiperatividade simpática. Numa das pacientes com classe funcional NYHA II, antes da gravidez, o aumento de EV e de TVNS contemporaneamente ao agravamento da insuficiência cardíaca levou à decisão de antecipar o parto. As duas pacientes demonstraram um aumento persistente da atividade simpática e da atividade ectópica ventricular, não existiram casos de arritmias ventriculares malignas. Durante a gravidez as pacientes com miocardiopatia hipertrófica desenvolvem um progressivo desequilíbrio autonómico que causa um aumento das arritmias ventriculares não sustentadas. O aumento do risco arrítmico necessita de um constante e frequente controle clínico e do ritmo cardíaco durante o terceiro trimestre, especialmente em mulheres com sintomas de insuficiência cardíaca antes da gravidez. O cardioversor-desfibrilhador implantável fornece uma análise continua da variabilidade da frequência cardíaca e das arritmias que podem apoiar as decisões terapêuticas durante a gravidez.
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Authors
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