Prosthetic aortic valve: A bone in the system

Os autores reportam o caso de uma doente de 73 anos de idade, do sexo feminino, admitida no Serviço de Cirurgia Geral por um abcesso esplénico. A doente tinha antecedentes de uma prótese mecânica em posição aórtica implantada dois anos antes. Durante o estudo diagnóstico foi realizado um ecocardiograma transesofágico que revelou a presença de múltiplos abcessos periprotésicos que permitiram estabelecer o diagnóstico de endocardite de prótese. Alguns dias depois a doente repetiu o exame por sopro sisto-diastólico de novo. Neste estudo destacava-se agora a presença de um volumoso pseudoaneurisma e uma regurgitação periprotésica significativa, pelo que a doente foi orientada para cirurgia cardíaca urgente. O estudo microbiológico revelou a presença de Streptococcus milleri, um constituinte normal da flora gastrointestinal e um agente patogénico já conhecido de endocardite infecciosa. Curiosamente, a doente tinha antecedentes de remoção de um corpo estranho alojado no esófago (um fragmento ósseo) algumas semanas antes, e que foi a provável porta de entrada para a endocardite infecciosa.